quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Empregabilidade no presídio

Iniciativa quer atrair empresários para empregabilidade dentro de presídios

A Agência Goiana do Sistema de Execução Penal firmou compromisso com a Associação Comercial do Estado de Goiás (ACIEG) para uma visita de empresários goianos ao Módulo de Respeito, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, com o objetivo de estimular a instalação de bases de empresas dentro de unidades prisionais e abertura de vagas de trabalho para presos. O acordo foi feito na tarde desta quinta-feira, 20/01, durante visita do presidente da Associação, Pedro Bittar, e do Diretor de Segurança Pública da entidade, Mihran Merzian, ao presidente da Agência, Edilson de Brito, no gabinete dele.
A proposta idealizada por Brito é abrir postos de trabalho dentro dos presídios e, com isso, ampliar os Módulos de Respeito. Os módulos são espaços diferenciados criados dentro das unidades prisionais para a separação de presos de bom comportamento, e interessados no cumprimento responsável da pena, daqueles de pensamento contrário. Os ambientes oferecem maiores condições de conforto, organização, higiene, e impõem regras mais rígidas de disciplina, tendo o interno, inclusive, a obrigatoriedade de trabalhar nas vagas de emprego oferecidas pela Agência. O beneficiado adere ao projeto voluntariamente e a qualquer descumprimento das normas é substituído por detentos que aguardam a oportunidade. “Uma das regras mais importantes do Módulo é a empregabilidade do interno. Para aumentar o número de módulos, que já é uma iniciativa reconhecida pelo Departamento Penitenciário Nacional como modelo para o Brasil, precisamos abrir mais postos de trabalho”, salientou Brito. Pedro Bittar adiantou que reunirá até 40 empresários associados da ACIEG para a visita que terá data marcada para breve. A idéia é realizar uma reunião entre os visitantes com os empresários que já são parceiros da administração penitenciária, como a Hering do Brasil, que emprega 152 presos do módulo na confecção da empresa monta dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP) do Complexo de Aparecida de Goiânia. “Os empresários que já estão lá darão seus testemunhos e, podemos pegar também a impressão dos trabalhadores lá dentro”, sugeriu Bittar. No Complexo, além da CPP, existem ainda outros dois módulos instalados na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG) e no Centro de Inserção Social Consuelo Nasser (Presídio Feminino). Estes, somados com os módulos das unidades prisionais do interior totalizam 15 módulos implantados e 14 em fase de implantação. Ao defender a parceria do sistema prisional com empresários, Pedro Bittar lembrou que o sistema prisional é da responsabilidade da sociedade como um todo e não só do Estado. “Se acontece um motim dentro de um presídio, todos nós, a sociedade toda, sofre as conseqüências. E quando o Estado não vai bem a iniciativa privada também não”, salientou ele.

Vagas
Edílson de Brito informou aos representantes da ACIEG que pretende ampliar os módulos de respeito também como maneira de abertura de novas vagas no sistema prisional. Segundo ele, a expectativa é criar nos próximos quatro anos até 2,5 mil vagas. “O modelo do módulo é uma formatação possível de alcançar esses números. Com os módulos, conseguimos também dar oportunidades de atividades sócio-educativas e trabalho para aquele interno que, de fato, está comprometido com a reintegração social”, afirma Brito. Goiás tem hoje 11 mil presos.
(Assessoria de Comunicação Social da SUSEPE)

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